A menopausa marca o fim do período reprodutivo feminino. Acontece por volta dos 50 anos de idade e é caracterizada pelo encerramento da menstruação. Isso significa que cessam os ciclos ovulatórios. Há, contudo, uma grande confusão entre esse termo e o conceito de climatério, embora muito frequentemente eles sejam empregados como se fossem a mesma coisa. Em verdade, um designa a última menstruação e, o outro, um fenômeno endócrino posterior. De toda forma, iniciado esse período, há alguns sintomas comuns e bem conhecidos, como os fogachos.
Existe também toda uma ordem de manifestações psíquicas e emocionais que farão parte dessa fase ― em alguns casos, de tal intensidade que chegam a dificultar as relações familiares e de trabalho.
Ainda que nem todas as mulheres experimentem esses sintomas desagradáveis, ou com tamanha intensidade, a pergunta sobre essas condições que muitas se fazem é: como lidar com as emoções? Para responder essa questão, é necessário entender antes os eventos biológicos que se precedem e quais impactos eles causam no organismo.
Índice
O que é menopausa e o que é o climatério
Como apontado anteriormente, falamos respectivamente da última menstruação e do evento endócrino que caracteriza o momento seguinte na vida feminina. É claro que esse não é um processo repentino, sendo preparado a partir dos 35 anos pelo corpo. É quando vivencia-se a pré-menopausa, seguida pela perimenopausa, em que as alterações endócrinas intensas começam a aparecer.
Experimentam-se ciclos irregulares nesse período, e há uma sensível redução no nível de estrogênio no corpo. As ondas de calor (sintomas vasomotores) e as alterações de humor já começam a ser vivenciados a partir de então.
No primeiro caso, 80% das mulheres irão experimentar a condição. Outras sensações e efeitos colaterais desagradáveis incluem:
- distúrbios do sono
- secura vaginal
- palpitação
- alterações de humor
- depressão
- ansiedade
Quanto aos desdobramentos psicológicos, sabe-se que, já na pré-menopausa, as mulheres têm 2,5 vezes mais chances de desenvolver quadros depressivos. Essa propensão está ligada à diminuição dos níveis de estrogênio no corpo, fator que também leva à ansiedade.
A razão é que esse hormônio circulando em menor quantidade inibe a produção de neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina ― justamente aqueles responsáveis por regular os estados de humor.
Impactos psicológicos e emocionais: como lidar?
Na situação acima descrita, uma mulher pode sentir, em um único dia e sem razão, uma série de estados emocionais. Da raiva para a tristeza e, depois, à euforia. São intensos os estados vivenciados, e, diante do impacto negativo que essa situação pode causar, é muito comum que se busque a terapia de reposição hormonal (TRH). É reconhecido que alguns sintomas podem ser reduzidos com essa prática.
Dentre as substâncias hormonais empregadas no combate aos sintomas estão estrogênio, progesterona, DHEA e testosterona por exemplo. Sempre buscamos realizar uma anamnese extensa para minimizar os riscos dessa terapia bem como individualizar cada situação, para que a reposição seja eficaz e segura.
Levando em consideração o histórico de saúde familiar e pregresso da paciente, antes de investir nesse procedimento, também deve-se lembrar que nem todas as mulheres respondem positivamente ao tratamento. Diante disso, é possível buscar a alternativa dos tratamentos não hormonais.
Outra abordagem interessante nessa fase é a redução da inflamação crônica promovida pelo desbalanço hormonal através de fitoterápicos e a reposição de precursores relacionados à fabricaçãodos neurotransmissores relacionados ao bem estar e prazer, a dopamina e serotonina .
Saiba mais
A menopausa pode trazer muitas dificuldades para a vida de uma mulher, especialmente por conta dos efeitos psicológicos que ela produz. Há, contudo, meios disponíveis para mitigar o sofrimento que pode surgir antes e depois do climatério.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como fisiologista hormonal e dermatologista em São Paulo.