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Hiperidrose

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Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

O suor excessivo desde a infância pode causar desconforto social aos pacientes, mas há tratamentos que podem ajudar

Estima-se que aproximadamente 3% da população conviva com a hiperidrose, um quadro de suor excessivo principalmente nas extremidades do corpo e axilas. Embora essa condição não tenha uma cura definitiva, alguns tratamentos medicamentosos, dermatológicos e cirúrgicos ajudam a melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

O que é hiperidrose?

A hiperidrose é uma condição clínica em que as glândulas sudoríparas são hiperfuncionantes, gerando suor excessivo em algumas regiões do corpo. Ela pode existir sem causa definida ou ter relação com outras doenças que afetam o sistema nervoso simpático.

Quais os sinais e sintomas da hiperidrose?

O sintoma da hiperidrose é justamente o excesso de suor em diversas partes do corpo, principalmente nas palmas das mãos, na planta dos pés e nas axilas, que podem piorar com o calor (apesar de ocorrer também em temperaturas mais amenas), com comidas condimentadas ou com alguns estímulos emocionais. Outras regiões que podem ser acometidas, mas com menos frequência, são o couro cabeludo, as mamas e a face.

Quais os tipos de hiperidrose?

Existem apenas dois tipos de hiperidrose: primária ou secundária.

A primária, também chamada idiopática, ocorre sem causa definida e não tem relação com nenhuma outra doença. O suor excessivo nesse tipo é bilateral e simétrico, acometendo principalmente regiões localizadas como as já citadas.

Já a hiperidrose secundária surge como consequência de algum outro processo patológico, que pode ser uma doença do sistema nervoso, um distúrbio hormonal ou até um efeito adverso de medicamentos. Nesses casos, é mais comum que o suor excessivo só se manifeste na idade adulta, e que ocorra por todo o corpo, de forma disseminada, inclusive enquanto a pessoa dorme.

Causas da hiperidrose

Classificar a hiperidrose em primária ou secundária é importante tanto para instituir o tratamento adequado quanto para afastar a possibilidade de doenças graves que possam estar associadas.

Dado que na primária não há nenhuma causa definida, acredita-se que seja um quadro genético hereditário, pois esses pacientes costumam relatar história familiar semelhante. Já na hiperidrose secundária, as causas podem ser:

  • Uso de medicamentos e substâncias estimulantes do sistema nervoso central;
  • Menopausa, hipertireoidismo e distúrbios hormonais diversos;
  • Doenças de pele;
  • Doenças pulmonares;
  • Doenças do Sistema Nervoso Central, incluindo tumores;
  • Obesidade.

Diagnóstico da hiperidrose

Considerando que o sintoma de hiperidrose é a própria doença em si, o diagnóstico é considerado clínico. Porém, na consulta é importante que o médico saiba também quando os sintomas iniciaram, a frequência com que aparecem, localizações, se há fatores estimulantes, e se há outros quadros similares na família.

Além disso, é fundamental que todo o histórico médico do paciente seja de conhecimento do médico, o que ajudará a definir se é um quadro de hiperidrose primária ou secundária, bem como guiará a conduta. Na suspeita de ser uma condição secundária, o profissional pode solicitar exames e até encaminhamentos para investigar possíveis causas que estejam causando o quadro.

Alguns critérios que guiam o médico para firmar o diagnóstico de hiperidrose primária são:

  • Sudorese excessiva e visível, localizada, por um período mínimo de 6 meses;
  • No mínimo uma das seguintes características:
    • Bilateral e simétrica;
    • Pelo menos um episódio por semana;
    • História familiar;
    • Interfere em atividades diárias;
    • Desaparece durante o sono;
    • Inicio antes dos 25 anos.

Tratamento da hiperidrose

Nos casos em que a hiperidrose é secundária, o tratamento consiste em intervir na doença de base, removendo – ou diminuindo – o estímulo que causa o suor excessivo. Já os quadros de hiperidrose primária podem receber tratamento local ou sistêmico, bem como medicamentoso ou cirúrgico com o objetivo único de reduzir os sintomas. A escolha do tratamento depende do grau de intensidade do suor e do quanto essa condição afeta a qualidade de vida do paciente.

O tratamento mais realizado atualmente para a hiperidrose é a aplicação de toxina botulínica diretamente nos locais afetados. A substância tem ação anti-acetilcolinesterásica, o que significa que ela bloqueia a contração muscular da região impedindo a condução nervosa do estímulo do suor. Os resultados surgem a partir do 15º dia após a aplicação e podem durar por até dez meses.

Outras formas de tratar essa condição incluem o uso de medicamentos orais, a iontoforese (aplicação de substâncias ionizantes através da pele por uma corrente elétrica), o uso de desodorantes à base de sais de alumínio, e a cirurgia de simpatectomia.

Cirurgia de hiperidrose

Os casos de hiperidrose excessiva, que não respondem às outras formas de terapia, podem ser resolvidos com uma cirurgia chamada simpatectomia, que consiste em seccionar o nervo do sistema nervoso simpático que leva o estímulo do suor à área afetada. Porém, como o organismo humano sempre busca a homeostase – equilíbrio – por meio das comunicações endócrinas e neuronais, o paciente pode apresentar uma sudorese compensatória em outros locais do corpo.

Suor excessivo: qual médico procurar e quando buscar um profissional

Pessoas com hiperidrose primária geralmente convivem com o quadro desde a infância. Porém, quando o suor excessivo passa a atrapalhar as atividades diárias e a socialização, pode-se buscar ajuda médica com um dermatologista para avaliar a condição e realizar o tratamento adequado.

Porém, se o excesso de suor é um sintoma novo da vida adulta e está associado a outros sinais, como os listados abaixo, é preciso buscar um clínico geral o mais rápido possível para descartar outras causas.

  • Perda de peso abrupta, excessiva e sem motivo aparente;
  • Suor excessivo principalmente durante o sono;
  • Alterações do ritmo cardíaco ou dores no peito;
  • Febre;
  • Falta de ar;
  • Baixa imunidade.

Como acabar com a hiperidrose

Não é possível acabar de vez com a hiperidrose primária pois, como visto, até mesmo os tratamentos mais potentes, como a toxina botulínica, devem ser reaplicados com o passar do tempo, ou então apresentam efeitos colaterais, como o suor compensatório pós-simpatectomia. Porém, com a ajuda médica adequada, é possível reduzir consideravelmente os sintomas de forma a não mais atrapalharem a vida pessoal.

Recomendações

O primeiro passo para tratar corretamente a hiperidrose e descartar causas secundárias é buscar atendimento médico especializado. Além disso, algumas dicas para quem convive com a doença desde a infância são:

  • Utilizar antitranspirantes à base de sais de alumínio;
  • Manter as áreas afetadas bem higienizadas;
  • Preferir sapatos e meias de materiais não sintéticos;
  • Deixar os pés e as axilas “respirarem” sempre que possível.

Agende sua consulta com o Dr. Daniel Stellin para saber mais a respeito.

Fontes:

– Jornal Vascular Brasileiro

– Jornal Brasileiro de Pneumologia

– Livro Doenças do Tórax (Capítulo Hiperidrose)

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