Colagenose

Entenda mais sobre a doença do colágeno e por que ela pode ser tão perigosa para o organismo

A colagenose, ou doença do colágeno, é uma doença que pode afetar qualquer pessoa e traz problemas dermatológicos e reumatológicos. Essa é uma condição inflamatória autoimune, que causa aumento ou diminuição na produção das fibras de colágeno e se manifesta de diferentes formas.

Mais comum entre as mulheres, a doença do colágeno é capaz de promover dores severas e mudanças drásticas na pele dos pacientes. Para saber mais sobre essa condição médica, continue a leitura.

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O que é colagenose?

A doença do colágeno acontece no tecido conjuntivo, que é formado por células e fibras que sustentam os tecidos e preenchem os espaços entre os órgãos, entre elas o colágeno. Ela se manifesta por lesões dermatológicas, dores reumatológicas e mucosas secas, por exemplo.

A colagenose é de origem autoimune, ou seja, acontece quando o próprio sistema imunológico ataca as células do organismo. Ela também é inflamatória e degenerativa, já que pode atingir outros órgãos e sistemas do corpo. Complexa, essa enfermidade pode comprometer diferentes tecidos em locais como:

• Pele;
• Tecidos linfáticos;
• Vasos sanguíneos.

O que é uma doença autoimune?

De forma simplificada, uma doença autoimune acontece quando o próprio sistema imunológico ataca o organismo.

Sua função é defender o corpo contra a presença de agentes infecciosos, mas por acreditar que as proteínas de células do corpo representam um perigo, o próprio sistema envia células de defesa para combater o que ele pensa ser um invasor.

Ainda não existe um consenso na comunidade científica sobre a origem das doenças autoimunes e por quais os motivos o organismo deixa de funcionar corretamente.

Mas então, por que a ligação da colagenose com o colágeno?

A ligação com o colágeno acontece porque ele é uma proteína importante para a construção do tecido conjuntivo. Esse, é o que faz com que as células dos órgãos sejam funcionais.

O colágeno é responsável por uma boa parte da funcionalidade do tecido conjuntivo e, por isso, está associado à doença do colágeno.

Tipos de colagenose

Lúpus

O tipo mais recorrente de colagenose é a lúpus, que costuma ser a principal condição médica autoimune que envolve o tecido conjuntivo.

Mais comum entre as mulheres, ela pode se manifestar de diferentes formas em cada paciente. Os sintomas mais comuns são:

• Úlceras;
• Artrite;
• Lesões na pele;
• Inflamações pulmonares e coronarianas;
• Alterações do hemograma e leucograma.

Síndrome de Sjogren

Essa condição atinge principalmente as glândulas responsáveis pela produção de secreção da cavidade oral e conjuntiva, afetando portanto a  boca e olhos. A inflamação causada por essa colagenose comporomete a produção normal de saliva e do líquido que hidrata a conjuntiva, tendo consequências bastante negativas nesses locais .

Dermatomiosite

A pele e os músculos são afetados e o paciente pode sentir muita fraqueza e mialgia . Os locais mais comuns de ocorrência da dermatomiosite são o tronco, braços e a bacia. Os sintomas mais relacionados com a pele são:

• Manchas avermelhadas na pele;
• Descamação na pele;
• Piora do quadro com exposição solar.

Esclerodermia

Também conhecida como esclerose sistêmica, se manifesta na pele através de placas ou manchas escuras, que evoluem com endurecimento e atrofia da região acometida.

Essa colagenose pode apresentar  complicações renais, pulmonares e coronarianas.

O que causa colagenose?

Ainda não existem estudos conclusivos quanto ao motivo que faz com que a colagenose apareça em algumas pessoas. Fatores genéticos, ambientais, estilo de vida e a funcionalidade do sistema imunológico são algumas das possibilidades já levantadas pela ciência. O uso constante do sistema imunológico ou sua ativação da maneira exacerbada é uma das hipóteses relacionadas com o surgimento da doença.

Sinais e sintomas da colagenose

Cada tipo de colagenose apresenta um sintoma diferente. Geralmente, existem problemas de pele associados ou não com alterações sistêmicas. A seguir, entenda cada um deles.

Lúpus eritematoso

• Manchas na pele;
• Problemas nos rins, pulmões, coração e no sistema nervoso central;
• Febre;
• Dor;
• Inflamação nas articulações;
• Queda de cabelos;
• Amenorreia.

Síndrome de Sjogren

• Boca seca;
• Dificuldade em engolir;
• Olhos vermelhos.

Dermatomiosite

• Vermelhidão facial;
• Musculatura inflamada;
• Atrofia muscular;
• Pele sem elasticidade.

Esclerodermia

• Pele enrijecida;
• Mobilidade limitada.

Diagnóstico da colagenose: como é feito?

O diagnóstico é feito através de exames clínicos indicados por um médico, que também avaliará as lesões na pele e a condição do paciente.

É muito comum que seja solicitado exames que retiram um pedaço da pele para avaliar a condição do paciente. Também é preciso detectar a presença dos anticorpos da colagenose e enzimas que possam indicar a doença autoimune.

Os exames laboratoriais que costumam ser solicitados são:

• Hemograma;
• FAN;
• Uréia, creatinina;
• Urina de 24 horas apresentando perda proteíca acelerada;
• Auto anticorpos no sangue; lembrando que cada colagenose tem um grupo específico;
• Biópsia de pele.

Tratamento da colagenose

Apesar de não ter cura, a colagenose tem tratamento e é possível manter uma boa qualidade de vida com a recomendação médica correta. Além disso, é importante que o paciente siga uma dieta equilibrada e pratique exercícios regularmente.

Existem terapias modernas e pesquisas em andamento para promover tratamentos cada vez mais eficazes e com menor impacto na vida dos paciente.

O tratamento deverá ser individualizado e depende de cada caso, gravidade e condição do paciente. O mais importante, no entanto, é conseguir contar com um diagnóstico correto o quanto antes.

Cada tipo de colagenose afeta um órgão do corpo, por isso, o tratamento varia de acordo com a doença. O médico vai analisar cada situação e indicar a medicação que poderá ser utilizada. Entre as mais indicadas estão:

• Corticóides;
• Imunossupressores;
• Reguladores de imunidade;
• Antimaláricos;
• Uso de filtro solar três vezes ao dia.

Contar com um bom médico para o tratamento da colagenose é fundamental para manter uma boa qualidade de vida do paciente com a doença do colágeno. Ao seguir as recomendações do médico e realizar consultas frequentes, o paciente poderá conviver com a colagenose controlada e manter sua qualidade de vida.

Agende sua consulta com o Dr. Daniel Stellin para saber mais a respeito. 

Fonte:

Sociedade Brasileira de Dermatologia