Doença crônica causa inflamação na pele e aparecimento de lesões que coçam bastante, comprometendo a saúde e qualidade de vida do paciente
A dermatite atópica é uma inflamação de pele que se caracteriza pelo aparecimento de erupções que coçam bastante e apresentam crostas, podendo levar à formação de feridas. Trata-se de uma doença crônica e não contagiosa que acomete principalmente regiões das dobras dos braços e parte de trás dos joelhos, embora possa afetar todo o corpo, dependendo do caso e da gravidade do problema.
Também chamada de eczema atópico, a dermatite atópica é uma manifestação que tem origem multifatorial, podendo ser desencadeada por uma combinação de alterações que ainda não são totalmente esclarecidas pela medicina. A condição não tem cura, mas pode ser controlada a partir de um tratamento individualizado e orientado por um dermatologista. Entenda mais sobre esta doença a seguir.
Índice
Quais são as causas da dermatite atópica?
A causa exata desta alteração é desconhecida, mas a medicina atualmente considera que a dermatite atópica é uma doença desencadeada por diversos fatores que levam ao ressecamento da pele e mau funcionamento do sistema imunológico. Diversos estudos também apontam que a condição pode ter uma base genética, uma vez que comumente se manifesta em pessoas da mesma família.
Além disso, existem diversas situações que podem estimular a inflamação da pele e favorecer o aparecimento dos sintomas da dermatite atópica, tais como alterações climáticas, banhos quentes ou a detergentes concentrados. Alguns alimentos e até mesmo o estresse podem ser gatilhos para desencadear uma crise, embora não sejam considerados causa direta da condição.
Fatores de risco para a dermatite
O principal grupo de risco para o desenvolvimento da dermatite atópica é composto por crianças de até 5 anos, indivíduos com histórico familiar da doença e pacientes com predisposição a reações de hipersensibilidade — que se manifestam por meio de alergias, não necessariamente de pele. Além disso, são considerados os principais fatores de risco para o surgimento das crises:
- Exposição a agentes como pólen, mofo, ácaros ou pelos;
- Contato da pele com materiais ásperos;
- Pele seca;
- Exposição a substâncias irritantes;
- Contato com produtos de limpeza;
- Baixa umidade do ar;
- Frio ou calor excessivos;
- Transpiração.
O que desencadeia uma crise de dermatite?
A dermatite atópica é uma doença crônica que pode acometer qualquer pessoa, independentemente da idade ou gênero. As lesões características da condição podem aparecer em momentos de crise, geralmente desencadeadas por exposição a alérgenos ou situações que comprometem o sistema imunológico do paciente — como estresse ou mudanças bruscas de temperatura.
Uma vez que a dermatite atópica não apresenta cura definitiva, é importante tentar identificar os fatores que desencadeiam uma crise e evitá-los sempre que possível. Em geral, pessoas com o problema apresentam pele seca e com maior predisposição para desenvolver as lesões de pele no inverno, o que geralmente está associado aos banhos muito quentes e contato com roupas de lã.
Principais sintomas da dermatite atópica
A principal característica da dermatite atópica é a pele seca e com coceira constante na região afetada, o que pode levar ao desenvolvimento de lesões escoriadas. Além disso, outros sintomas que podem se manifestar durante as crises são:
- Irritação na pele;
- Vermelhidão;
- Descamação da pele;
- Aparecimento de pequenas bolinhas na região afetada;
- Formação de feridas;
- Alterações na cor da pele;
- Áreas espessas ou com aspecto parecido com couro;
- Em casos mais graves, infecção de pele.
Como identificar a dermatite atópica?
Não existe um exame específico para identificar a dermatite atópica, e o diagnóstico é feito pelo dermatologista com base na aparência das lesões cutâneas e histórico clínico do paciente. Outros fatores que são levados em consideração para a confirmação da condição são a frequência com que os sintomas se manifestam e em quais situações eles geralmente aparecem.
Em casos específicos, pode ser realizada uma biópsia de pele para confirmação do diagnóstico de dermatite atópica. É importante que o paciente procure um dermatologista assim que surgirem as primeiras alterações cutâneas, de modo a garantir o diagnóstico e controle da doença o mais precocemente possível. Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maiores são as chances de evitar complicações, como as de ordem infecciosa.
A dermatite atópica pode se tornar grave?
Quando não é devidamente tratada, a dermatite atópica pode evoluir para um quadro de maior comprometimento da pele e qualidade de vida. Isso porque a coceira intensa e incômoda pode prejudicar o sono e a produtividade do paciente, desencadeando quadros de ansiedade e depressão. Quando a condição se agrava, pode haver complicações como infecções cutâneas, neurodermite e generalização do quadro, condição conhecida como eritrodermia.
Entenda como é o tratamento para dermatite atópica
Uma vez que diz respeito a uma condição crônica e que não possui cura definitiva, o tratamento da dermatite atópica visa principalmente controlar a coceira, reduzir a inflamação da pele e prevenir as próximas crises. Isso pode ser feito a partir do uso de medicamentos de uso oral ou tópico prescritos pelo dermatologista, além da adoção de alguns hábitos que ajudam a reduzir a inflamação e evitar as crises.
Alguns dos principais cuidados que podem ser recomendados pelo especialista são:
- Evitar banhos muito quentes;
- Usar hidratantes específicos;
- Não coçar as erupções;
- Na medida do possível, evite alimentos e substâncias com maior possibilidade de causar alergias de pele.
Somente um médico dermatologista poderá, após avaliar criteriosamente o quadro apresentado pelo paciente, apontar o medicamento e os cuidados mais adequados para controlar a crise de dermatite atópica.
Prevenção: o que evitar e cuidados com a pele
Adotar alguns cuidados com a pele pode ajudar a evitar novas crises e reduzir a necessidade de medicamentos. São eles:
- Hidratar a pele diariamente;
Usar preferencialmente roupas de algodão ou feitas de outros tecidos macios, evitando fibras ásperas e vestes apertadas;
- Tomar banhos com água morna, utilizando sabonetes suaves;
- Não utilizar buchas que sejam abrasivas;
- Secar a pele suavemente com toalha macia, sem esfregar;
- Aplicar hidratante corporal logo após o banho, com o corpo ainda úmido;
- Se possível, conhecer os fatores que desencadeiam uma crise e evitá-los;
- Usar umidificador de ambientes sempre que o tempo estiver seco ou frio;
- Manter as unhas curtas para evitar ferimentos ao se coçar;
- Reduzir o estresse e praticar atividades relaxantes;
- Evitar substâncias que podem ser irritantes para a pele;
- Ficar atento a mudanças súbitas de temperatura.
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Fontes:
Sociedade Brasileira de Dermatologia
Sociedade Brasileira de Dermatologia — Regional São Paulo